Relatoria Pré-CORECS UFRGS

A reunião preparatória para o Conselho Regional de Estudantes e Entidades de Base de Ciências Sociais, que ocorrerá nos dias 02 a 04 de setembro – durante o Seminário Nacional de Universidade Popular (SENUP), ocorreu na UFRGS dia 22 de agosto afim de divulgar entre os estudantes as deliberações do ENECS 2011, entre elas a criação da ANECS, bem como mapear as necessidades e demandas dos estudantes das escolas da Região Metropolitana e Vale dos Sinos.

O convite dessa reunião foi estendido a Universidade do Vale do Sinos (UNISINOS) e a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) tendo em vista que tais cursos de Ciências Sociais possuem proximidade geográfica viável para reunião conjunta. Desta forma, realizamos uma reunião com 9 estudantes, sendo 1 representante da UNISINOS e os demais da UFRGS.

O Pré-CORECS iniciou com a apresentação da ANECS bem como de outras siglas como CORECS e CONECS. A partir daí abriu-se espaço para as discussões propostas.

Buscou-se priorizar nossas compreensões das dificuldades e possíveis problemas em nosso curso com as escolas presentes, percorrendo questionamentos como “o que você acha do curso?”, “nossa formação está satisfatória?”, entre outros.

Entre os alunos da UFRGS presentes, dois pontos nortearam todas as falas: a divisão/falta de diálogo entre os departamentos e a falta das atividades de extensão como prática de nossa formação enquanto futuros cientistas sociais. Dentre todos os presentes, a reavaliação e possibilidade de reforma dos currículos também foram citadas, sendo até mesmo para um dos alunos o foco para início do engajamento nas discussões que permeiam o curso.

Constatou-se que há uma grande dificuldade de conceber as Ciências Sociais enquanto três ciências adversas, confrontando-se ao invés de possibilitar a interação do conhecimento. Além disso, as disputas mercadológicas do mundo da pesquisa, a falta de cooperação entre as ciências sociais bacharelado e licenciatura foram citados como exemplos de reflexos visíveis da falta de diálogo. Nossa prática social deveria ser uma extensão da nossa formação acadêmica, tomando o caráter crítico das nossas ações, porém grande parte dos estudantes sentem-se despreparados e até mesmo “sem rumos” quando se deparam com a chegada ao mercado de trabalho.

As experiências de dois colegas (uma enquanto ex-bolsista PIBID e outro, atual bolsista PETConexões) demonstra a importância da atividade prática de seus conhecimentos apreendidos na sua formação enquanto futuro profissional. Porém, ainda se vê lacunas nestes programas, pois mesmo demonstrando o quão estamos separados da sociedade (numa discussão teoria x prática) e ainda assim seu oferecimento é mínimo perto do grande número de estudantes de graduação.

Cabe ainda, colocar em caráter de altíssima relevância, a situação que encontra-se a Unisinos atualmente. Conforme relato do colega Mateus, coordenador geral do Diretório Acadêmico de Ciências Sociais, o curso esta enfrentando diversos problemas. Entre eles: a não abertura de novas vagas / ingresso via vestibular há um ano e meio (dando possível embasamento aos cursos a distância como forma de aproveitamento dos pólos descentralizados em outras regiões do estado); delongada espera pela reformulação do currículo que, hoje em dia, esta voltado apenas para licenciatura; participação não-atuante (somente enquanto observadores) dos estudantes nas reuniões referentes a reorganização do curso; os reflexos do parque tecnológico instalado dentro da universidade, que desprioriza os cursos das humanas; falta de participação dos estudantes mesmo tendo um número muito pequeno de discentes (cerca de 40), entre outros. A situação do curso dentro da Unisinos está tomando tamanhas proporções que até mesmo recorrer ao SinSociólogos (sindicato dos sociólogos do Rio Grande do Sul), solicitando uma intervenção externa. Porém, a experiência de se ter um departamento colegiado – unificado do curso de ciências sociais tem de ser levantada como ponto de partida para uma observação da eficácia desta forma de organização institucional.

Por último, se expressou a insatisfação em relação ao pequeno número de estudantes participando desse tipo de discussões (e a falta de mais discussões dentro do círculo universitário), o que fez esse grupo debater a ocupação dos espaços políticos da Universidade, através de uma maior organização horizontal e coletiva em escala micro, ou ainda em escala macro, como as questões que envolvem a Paridade das votações universitárias. Por fim, cabe registrar a fala da colega Paula Agliardi, acreditando que a ANECS (e as formas de organização que a permeiam), pode ser o ponto de partida para a reformulação e qualificação da nossa vida enquanto estudante e, consequentemente, como um futuro profissional.

Portanto, finalizamos a reunião do Pré-CORECS sistematizando 4 eixos de discussão a serem levados ao CORECS, a partir das contribuições de todos, como pode ser exemplificado no quadro abaixo.

Currículo: formação e prática

Sociologia EM

Cientista Social como profissional

Democratização dos espaços no ES

– O que é e para quê aprendemos o que aprendemos
– Separação entre as três áreas (falta de interdisciplinaridade e diálogo entre as áreas, estrutura institucional)
– Maior relação com o campo de trabalho
– Extensão como um “elo fraco” do tripé
– Falta de “pesquisa-ação”
– Falta da pesquisa na Licenciatura
– Experiências escolares no fim do curso
– Academia e mercado de trabalho (a não ser o da pesquisa) não se conversam
– Atuação junto à sociedade = Destinação do conhecimento produzido as comunidades / localidades estudadas
– Formado em Ciências Sociais é considerado sociólogo, não cientista social
– Necessidade de pós-graduação para ser antropólogo e cientista político
– Abertura e Horizontalidade dos espaços
– Maior participação nos espaços políticos da Universidade
– Paridade nas instâncias decisórias

Presentes: Eduarda Bonora Kern, Mateus Henrique J Nascimento, Miguel Brunet, Murilo Pedroso, Roger Pereira, Paula Agliardi, Pedro Bittar, Pedro Ferreira Leite, Priscila Rodrigues

Relatoria: Eduarda e Priscila