Caderno de Apresentação ao XXVI ENECS-MG Nós na América Latina – Resistências e Movimentos

CADERNO DE APRESENTAÇÃO DO ENECS – CAE em PDF aqui ou na íntegra abaixo – LEIA]

Índice

I Apresentação

II Organização atual do MECS

III Como tem sido os encontros das Ciências Sociais

IV Organização nacional dos estudantes de Ciências Sociais

V Metodologia do XXVI ENECS

VI Pré-Enecs

a) Necessidade e funcionamento

b) Temas das Mesas Redondas

VII Curso de coordenadores

VIII Calendário MECS 2011
I – Apresentação

Para o ENECS BH 2011 os estudantes da UFMG e da PUC propõem que o Movimento Estudantil de Ciências Sociais discuta a América Latina, seu contexto atual, suas lutas, organizações, resistências e movimentos produzidos por sujeitos ativos na construção da história. Nesse sentido, compreendemos que nós, estudantes latino – americanos de Ciências Sociais, organizados enquanto Movimento Estudantil também somos sujeitos dessa história e que, portanto, devemos pensar nossa inserção nesse contexto, tanto enquanto futuros profissionais da área de Ciências Sociais quanto como Movimento Estudantil.

Nesse sentido, além do debate sobre as questões latino – americanas, a Comissão Organizadora se propôs a debater mais profundamente o Movimento Estudantil de Ciências Sociais, sua organização, seus entraves e seus rumos. É notável que o MECS passa por algumas dificuldades de articulação e se torna necessário que, coletivamente, nos debrucemos sobre esse e outros problemas a fim de encontrar soluções factíveis a nível nacional para que possamos ter maior efetividade em nossa atuação e, com o acúmulo gerado em nossas discussões, agir de forma produtiva nas questões relativas aos estudantes de Ciências Sociais.

Sendo assim, a C.O. do ENECS BH 2011, tentou, de certa forma, dar uma possível solução a alguns desses problemas através da modificação das formas deliberativas e da metodologia do encontro em geral. A proposta foi discutida no CONECS e é lá também que foi decidida a confecção deste caderno que vem nos contextualizar acerca do Movimento Estudantil de Ciências Sociais e de seus instrumentos, além de apresentar essa nova metodologia e dar algumas orientações para que o ENECS BH contribua para o avanço das lutas do MECS em todo o país!

Boa leitura!

O que queremos de fato é que as Ciências Sociais e os seus encontros estudantis voltem a ser perigosos.”

II – Organização atual do movimento estudantil de ciências sociais

ENECS – Encontro Nacional de Estudantes de Ciências Sociais

Encontro Anual de caráter deliberativo (se chegam a decisões de ações que devem ser efetivadas). Na prática pouco do que é deliberado é efetivado, dificultando um acúmulo para o movimento estudantil de ciências sociais além de uma desmobilização, uma vez que os estudantes não vêem sentido em sua participação.

CONECS – Conselho Nacional de Estudantes de Ciências Sociais

Anual, ocorre cerca de 6 meses antes do ENECS. A intenção maior é dar mais acúmulo ao ME sob a forma de dar diretrizes mais políticas ao encontro (ENECS). Não tem caráter deliberativo, só consultivo/encaminhativo; o que significa que ali não se tiram decisões. A grande importância é a de permitir um acúmulo maior e instituir mais um fórum para pensar políticas para o movimento estudantil de ciências sociais. Apesar de não ser deliberativo, seus encaminhamentos tem sido seguidos pelo MECS de forma geral.

CORECS/CRECS – Coordenação Regional dos Estudantes de Ciências Sociais

Uma coordenação tem a função de dar linhas ao MECS, tentando lhe dar maior organicidade e concretude. Até pouco tempo atrás só existia uma, que reunia as regiões Norte e Nordeste, em 2009 se dissociou as regiões e então só temos conhecimento da continuidade da CRECS-NE, sendo que o Norte se desestruturou.

ERECS – Encontro Regional de Estudantes de Ciências Sociais

Mesmo objetivo que o ENECS, porém a nível regional. Infelizmente só tem se realizado no nordeste e no sul. A UFES pegou para si a responsabilidade de construir o ERECS-SE, rearticulando o sudeste novamente.

GTP – Grupo de Trabalho Permanente

Uma escola fica responsável por uma temática de importância ao MECS e, então, tem que tentar gerar acúmulo quanto dessa questão e depois sociabilizar esse acúmulo para o movimento nacional, seja por cartilha, folder, panfleto ou apresentação em data-show. Temos atualmente os GTPs de:

– Sociologia no Ensino Médio (UFAL),

– Histórico do MECS (UFPB),

– Currículo (UFS),

– Empresas Juniores (UFMA),

– Combate a Opressões (UFPA).

A proposta de GTP surgiu no ENECS 2010 e ainda não temos uma avaliação do seu andamento, bem como não existe uma formulação rigorosa sobre seu caráter, dando completa autonomia às escolas responsáveis.

III – Como tem sido os encontros das Ciências Sociais

Os últimos encontros nacionais de estudantes de ciências sociais tem sido espaços importantes para a luta política do Movimento Estudantil de base. Nesses encontros temos debatido o currículo da formação do cientista social, o surgimento e consolidação das empresas juniores, a cultura popular, os movimentos sociais e seu papel no cenário político nacional, a atuação do cientista social frente às grandes questões do Brasil, etc. Além da oportunidade de promover debates acadêmicos e discussões sobre o fazer do cientista social, esses encontros se revelam como ocasiões bastante profícuas para a contextualização dos muitos aspectos que transpassam a nossa sociedade. Os encontros são também um importante espaço de integração e articulação do MECS, desde que consigamos trocar as experiências que temos em nossa base. Porém, por mais que esse encontro se justifique por tais benefícios, a atuação política dos estudantes encontra-se em meio a um impasse: como gerar acúmulo político e como garantir que essa memória se efetive em uma práxis mais qualificada e assertiva? Os maiores desafios dos últimos ENECS tem sido justamente alguns dos pontos mais importantes que deveriam sempre orientar o encontro:

· O fortalecimento do movimento estudantil de base;

· A mobilização nacional em torno das pautas políticas do movimento estudantil de ciências sociais;

· A efetividade das ações políticas do movimento estudantil de ciências sociais em todo o território nacional;

Precisamente esses desafios, que estão em construção, avançam em ritmo muito tímido. Algumas críticas colocam o movimento estudantil como estagnado. Nesses termos, uma possibilidade de contornar essa situação desfavorável seria a reformulação do ENECS, e pensando nisso a Comissão Organizadora propõe uma metodologia politicamente mais efetiva. Através de maiores debates antes das deliberações finais, podemos tomar decisões mais qualificadas e embasar com maior convicção as ações tomadas em todos os territórios nacionais por CA`s e DA`s. Atualmente só se delibera na Assembléia Final, posteriormente aos encaminhamentos nascidos nas discussões feitas nos GD`s, essas por sua vez são insuficientes para gerar proposições mais objetivas, que permitam maiores desdobramentos após o encontro. Aumentar as possibilidades dos debates e sistematizar melhor as medidas propostas nos encontros nacionais são reivindicações antigas, que esperamos concretizar com o novo formato metodológico do encontro. Além disso, propomos um modelo em que os eixos acadêmico, político e cultural sejam apenas recortes pedagógicos, e que, na prática, tenham uma maior comunicação. Assim, dotamos de sentido a academia, inserindo-a no processo deliberativo; bem como aumentamos a discussão do eixo cultural, que além de uma função formativa, instigadora por natureza, não se resumirá, como antes, a um momento de integração entre os estudantes.

O que nos norteia enquanto eixo cultural é um trabalhar sobre o subjetivo; mas não só utilizar das expressões culturais e artísticas como um espetáculo e como um instrumento de agitação e propaganda, mas é a materialização de subjetividades, é um trabalhar de uma forma que a academia não dá conta e que a política não tem enxergado.

Outro problema a ser sanado pela nova metodologia é a preparação das escolas de ciências sociais para os encontros. O modelo atual prevê que as escolas provoquem as discussões dos temas pertinentes ao encontro anteriormente ao mesmo. Entretanto, raramente isso ocorre em todas as escolas. Pensando nisso, a metodologia desse ENECS propõe medidas como a difusão de maiores informações sobre esse encontro por meio deste caderno de apresentação e a realização de um espaço de formação de coordenadores, responsáveis pela realização dos debates em nível local, em suas próprias escolas.

Todas essas medidas, pensadas a partir da participação dos membros da Comissão Organizadora do ENECS 2011, em Belo Horizonte, só terão efetividade  se o Movimento Estudantil se propuser a fazer uma reavaliação do encontro e a uma participação mais politizada no encontro nacional. É preciso envolvimento, comprometimento e assertividade nos debates e na atuação do movimento estudantil, seja dentro ou fora do encontro, assim como em nível local ou nacional.

IV – Organização nacional dos estudantes de ciências sociais

Introdução

Já há algum tempo que o Movimento Estudantil de Ciências Sociais (MECS) põe em pauta sua (re)organização nacional. Pelo menos desde 2008 temos realizado concretamente essa discussão nos Encontros Nacionais (ENECS), mas nunca de maneira satisfatória.

O que sempre vem à tona é a necessidade de se fazer uma discussão mais profunda em cada escola, antes de pensar em qualquer articulação a nível nacional. O problema é que isso não tem sido feito, apesar de tantas vezes deliberado nas plenárias finais de nossos Encontros.

Ademais, a própria organização dos Encontros tem sido problemática. Estamos repetindo há muito tempo um modelo de tomada de decisões que nos leva a uma série de deliberações com muito pouco teor prático; deliberações que, assim que findada a Plenária Final, viram letra morta, não se efetivam nas escolas de ciências sociais. Temos, portanto, dois problemas neste ponto. Um metodológico, que diz respeito à forma com que se delibera e outro de efetividade, que consiste no transformar em ação aquilo acordado pela coletividade do MECS.

Em outras palavras, a forma de tomada de decisão de nossos ENECS é insuficiente para nossas necessidades e, além disso, o que chega a ser decidido não se torna uma ação. A não-efetividade da política de nossos encontros tem um efeito perverso sobre nossa base de atuação (os estudantes de ciências sociais), em primeiro lugar porque ela simplesmente não conhece o MECS e, em segundo, porque não vê sentido à participação política nestes espaços.

Outro grande problema que aparece nos ENECS e nos espaços do MECS em geral é a falta de preparação dos participantes. Pouco do que é debatido no ENECS é discutido antes em cada uma das escolas. O efeito disso é que os participantes dão suas opiniões pessoais, carregadas de “achismos”, em espaços de construção de uma política coletiva. Não se trata aqui de uma crítica às opiniões individuais, muito menos à diversidade de pensamento; mas sim à falta de preparação em cada escola, que, assim, não constrói uma coletividade pensante e atuante nos cursos de ciências sociais do país. Além disso, a falta de preparação para os espaços dos encontros nacionais é refletida na precariedade de nossas deliberações.

Estes três fatores negativos de nosso movimento estudantil constituem um ciclo vicioso que acarreta numa falta de acúmulo para a coletividade do MECS. Tendo em vista a falta de preparação e a metodologia viciada e insuficiente que faz com que as deliberações não sejam efetivadas em cada escola, os encontros nacionais não têm acumulado o necessário para avançar no processo de organização dos estudantes de ciências sociais. Sendo assim, “os encontros estudantis de Ciências Sociais parecem ser o reino da ‘desmemória’: de um encontro para outro não avançamos nas discussões, sempre voltamos aos mesmos pontos.1

O MECS hoje

O que foi dito é referente ao ENECS e não ao MECS como um todo. São problemas que ocorrem na organização e andamento de nossos encontros nacionais, mas não significa, em princípio, que sejam problemas de todo o Movimento Estudantil de Ciências Sociais. A questão é que o MECS tem se resumido ao espaço do ENECS, a uma lista de e-mails e, mais recentemente, a um fórum que visa dar a linha político-metodológica coletivamente ao encontro – o CONECS. Ou seja, nosso movimento estudantil é um espetáculo que acontece uma vez por ano, no ENECS, e se organiza muito pouco no ano que passa entre um encontro e outro. A lista de e-mails, apesar de fundamental para uma mínima articulação do MECS nacional, tem servido muito pouco para nosso acúmulo e organização. E o CONECS tem se limitado a discutir o ENECS e avança muito pouco na discussão da re-organização do MECS.

Outro problema é que não enxergamos pautas políticas específicas do MECS, a não ser a sociologia no ensino médio. Tampouco existe uma prática política em comum, uma identidade e um conhecimento mútuo entre os militantes do MECS. Nem mesmo podemos dizer de militantes do MECS, pois a maioria daqueles que o constroem atualmente é militante do ME Geral que, “por acaso”, cursam ciências sociais. Trazem consigo suas práticas políticas e o mesmo jogo político do ME geral, sem construir uma identidade de área.

O mais agravante de tudo é que o MECS não está em sala de aula. Não aparece para os estudantes e não ocupa os espaços acadêmicos – queremos uma academia militante que nós mesmos não fazemos (ou fazemos de forma isolada e individual, mas não enquanto coletividade nacional).

Tentativas de superação

Esta análise não é nada nova – o que é ainda pior. Mas muito se fez para tentar mudar este quadro. Nos últimos anos esta tem sido a tônica do MECS: organizar-se. Neste sentido conseguimos avançar em algumas direções. Em 2008 criou-se o CONECS, que em sua última edição, na UFRRJ em 2011, conseguiu avançar um pouco mais na discussão da necessidade de o MECS se estruturar e colocou como linha política para o primeiro semestre deste ano que cada escola discuta a organização nacional dos estudantes de ciências sociais. O CONECS 2011 encaminhou também que as escolas façam uma preparação para o ENECS (pré-ENECS) preferencialmente no período de maio a junho deste ano. Um planejamento concreto que visa avançar na nossa organização nacional.

Outro instrumento que conseguimos criar foi o GTP – Grupo de Trabalho Permanente. A idéia é que cada um dos eixos temáticos do MECS tivesse um GTP que ficaria sob a incumbência de uma escola, que então, entre um ENECS e outro, se debruçaria sobre esse tema, fazendo um material de acúmulo para toda a coletividade do MECS. Ainda não sabemos se esse instrumento funcionou e se de fato é útil para o que se propõe, mas o que é importante disso é que é mais uma tentativa de preencher o vazio que fica entre um ENECS e outro, uma tentativa de forjar uma organização nacional dos estudantes de ciências sociais.

No que toca ao MECS regional, tivemos algumas movimentações importantes. As regiões Nordeste e Sul conseguem manter seus Encontros Regionais(ERECS) regulares; existe um processo de retomada do ERECS Sudeste a acontecer em abril deste ano na UFES(Vitória); e no nordeste os estudantes avançaram bastante em sua organização, conseguindo criar uma Coordenação Regional de Estudantes(CRECS) que pode vir a ser um exemplo para todas as regionais e quiçá à nacional.

A necessidade de uma organização

Vê-se que não estamos parados. Analisamos nacionalmente nossas debilidades enquanto movimento estudantil; tentamos trabalhar sobre diversos eixos, construir possibilidades para forjar uma estrutura organizativa a nível nacional; mas não tem surtido o efeito que desejamos. Os instrumentos de que dispomos não estão relacionados entre si e tampouco temos formulações sobre o funcionamento desses.

O que nos falta, então, é um instrumento de abrangência nacional que dote de sentido todas nossas iniciativas dentro do MECS e que use das atuais ferramentas que dispomos, interligando-as, dando-as uma razão de ser e uma funcionalidade real.

A importância de se ter uma organização nacional é justamente superar nossas debilidades já ditas acima. Com esse instrumento podemos dar continuidade às discussões iniciadas nos ENECSs, no sentido de organizar melhor o acúmulo gerado por esses espaços e por outras ferramentas, como os GTPs, garantindo que de fato avancemos numa determinada discussão de um Encontro para o outro.

Também é uma organização nacional que pode garantir que as deliberações de nossas plenárias sejam efetivadas, transformadas em ação; A partir dessa organização é que teremos meios de monitorar cada escola, garantindo que as deliberações do Encontro não caiam no vazio. Alem disso a organização seria responsável também por acompanhar as escolas que se encarregaram de alguma tarefa. Sendo assim, cumpre um papel pedagógico de fiscalização e acompanhamento sistemático das atividades do MECS, auxiliando também na formação de novos militantes.

Uma organização nacional dá corpo ao MECS. É ela que garante uma articulação real entre as escolas de ciências sociais do país inteiro. Muito mais do que organizar e sistematizar os contatos – tarefa que não temos tido a capacidade de fazer – a organização nacional dá um sentido a essa rede de estudantes, dá o sentido da participação, formação e atuação.

V – Metodologia do XXVI ENECS

Grupos de Trabalhos (GT’s): acrescentar data para envio resumo trabalhos e maiores informações no blog

Os GTs trabalham sobre as temáticas de importância do MECS, sem dizer de sua estrutura, de seu funcionamento. Os Grupos de Trabalho formam, junto com as Mesas-Redondas um mecanismo que une academia e política, dando maior embasamento às deliberações do MECS, ao passo que incentiva e reconhece as produções acadêmicas que se comprometem com a política. Não há espaço para formulações abstratas, o que nos interessa, enquanto MECS é um saber intimamente ligado a um fazer.

O GT será composto pelos estudantes que enviarem trabalhos acadêmico-políticos dentro das temáticas do encontro (apresentadas no item VI b deste caderno), selecionados pela C.O com auxílio de pareceristas anônimos. Depois disto, os expositores de cada tema se reúnem e discutem seus trabalhos. A partir dessa discussão, um ou dois expositores serão escolhidos para apresentar a síntese da discussão – e não seus trabalhos – nas Mesas-Redondas (MR)

Mesas Redondas (MR’s)

As Mesas-Redondas tem os mesmos temas dos GTs, formam o espaço mais encaminhativo deste mecanismo (GT-MR). Os expositores vindos dos GTs irão apresentar uma síntese da discussão, junto com outro palestrante indicado pela CO. Depois de uma breve apresentação seguirá uma discussão, entre o MECS, sobre o tema, tendo, então, maior acúmulo. A idéia é que assim as propostas tenham maior qualidade e, para garantir que tenham maior efetividade, vamos tentar fazer um esforço maior de síntese, formulando melhor nossas propostas, para que chegue para a Plenária Final um material melhor elaborado e com mais conteúdo.

Grupos de discussão (GD’s)

O mecanismo GT-MR é específico para as pautas temáticas do MECS; já para seu caráter organizacional temos os Grupos de Discussão.

Ao todo são três GDs. O primeiro é um espaço para Análise de Conjuntura do MECS, onde avaliaremos como tem sido nosso trabalho, quais as dificuldades que passamos, quais as nossas debilidades e quais os pontos que temos conseguido avançar. O segundo GD diz respeito a formular uma linha política de ação nessa conjuntura, pensar em que resposta podemos dar às debilidades do MECS e como aproveitar os nossos pontos fortes. É um GD que formula uma tática para o MECS. Já o terceiro GD é depois da Plenária Final, e serve para fazer um planejamento de como vamos fazer valer as deliberações do ENECS em nossas escolas; por esse caráter de planejamento, o GD3 será regional, cada região do país fará o seu planejamento. Tem o sentido, então, de, além de planejar as ações do MECS, forjar uma articulação em cada regional.

Espaços de Articulação Nacional (EAN)

Os EAN serão um espaço dedicado ao esforço de formar nossa organização nacional. Serão três espaços. O primeiro é uma discussão da necessidade de se organizar o MECS, logo seguido de uma apresentação das executivas e federações de outros cursos (como a FEAB, FEMEH, ENESSO, ENEBio, ABEEF…), para que possamos entender melhor como se dá esse processo de organização e quais as suas vantagens.

O segundo EAN é a formulação de uma proposta de funcionamento institucional da organização; pensar quais os instrumentos que temos hoje, quais as nossas necessidades, e como todos esses instrumentos devem se comunicar para melhor funcionar nossa articulação.

O terceiro EAN é a construção da identidade da organização; daí a importância de ser já ao final do ENECS e depois da Plenária Final. Durante todo o ENECS vamos poder conhecer-nos melhor, e perceber o que nos identifica, o que nos faz semelhantes; neste EAN vamos concretizar esse processo. É importante que seja depois da Plenária Final para que não tenhamos um esforço em vão.

VI – Pré – ENECS

  1. Necessidade e Funcionamento

Embora, para muitos, discutir a América Latina seja bastante trivial, entendemos que este tema ainda é bastante complexo e que existem uma série de questões importantes a serem analisadas no contexto latino-americano atual. Os debates do ENECS girarão em torno de questões importantes que não afetam somente a América Latina, mas que serão tratados visando esse recorte. Entendendo, portanto, a complexidade do tema e a necessidade de se debater mais profundamente com o intuito de obter maior acúmulo, propomos que sejam realizados nas escolas os pré- ENECS.

Estes são espaços de discussão dos temas do ENECS antes do encontro e, como já dito, visam o maior acúmulo dos debates, para que os estudantes não se sintam perdidos em nenhuma discussão, e, que, pelo contrário, possam participar ativamente de todas elas. Essas pré-discussões podem ser feitas com base em filmes, documentários, textos, enfim, diversos materiais auxiliares. É possível que a C.O., a partir de seu próprio pré-ENECS disponibilize um material orientador, no entanto, é importante que as escolas se organizem independentemente disso e mobilizem os estudantes para participar dessas discussões. Abaixo seguem os temas e um parágrafo esclarecedor sobre cada um.

  1. Temas das Mesas-Redondas

Mesa-Redonda 1: Expressões culturais no movimento estudantil

Ementa: Pretende discutir como o Movimento Estudantil se apropria das formas culturais presentes em nossa sociedade: como uma ferramenta de agitação e propaganda, enquanto incentivo a produção artístico-cultural dentro das universidades e mesmo enquanto forma organizativa. Esse recorte se dá numa análise da conjuntura atual do movimento estudantil, sendo ele de Ciências Sociais ou não; além de uma abordagem histórica de como o movimento estudantil latino-americano encara as expressões culturais em determinados períodos.

Mesa-Redonda 2: Sociologia no ensino médio

Ementa: Esta mesa pretende discutir o ensino de sociologia no Brasil e na América Latina, buscando compreender a evolução histórica dessa disciplina na educação básica. Avançar no entendimento da situação atual da implementação da sociologia no Ensino Médio brasileiro, como se dá a formação de professores de sociologia e sua situação de trabalho. Avaliar o significado da divisão entre o bacharelado e a licenciatura nas ciências sociais.

Mesa-Redonda 3: formação do cientista social – teoria e prática

Ementa: Espaço para se debater a formação do profissional em ciências sociais, qual o caráter ideológico que está por trás de seu currículo e qual é a formação necessária para uma atuação transformadora desse profissional na atual conjuntura da América Latina. Pensar também em como se dá a consolidação institucional dos cursos de ciências sociais na América Latina, segundo os contextos históricos que essas sociedades passaram, procurando entender as regularidades e continuidades. Discutir a necessidade de os cursos de graduação em ciências sociais oferecerem uma possibilidade de o estudante exercer seus conhecimentos de forma prática, 19

completando, assim, o processo de aprendizagem de forma mais madura e consistente. Neste sentido, a forma com que os estudantes têm encontrado para tal é se inserindo ou em programas de extensão universitária institucional, incentivo a docência ou em Empresas Juniores.

Mesa-Redonda 4: Movimentos Sociais

Ementa: O objetivo dessa mesa é discutir o papel dos movimentos sociais na América Latina e no Brasil. Seu surgimento no contexto político latino-americano e suas características específicas. As contradições e potencialidades de movimentos identitários e reivindicativos.

Mesa-Redonda 5: Opressões

Ementa: Discussão sobre as diversas manifestações de opressão que existem na sociedade capitalista atual, como a opressão das mulheres, dos negros, dos indígenas, dos homoafetivos entre outros; entendendo como a realidade sócio-histórica da América Latina contribui para a existência destas diversas formas de opressões.

Mesa-Redonda 6: Universidade privada

Ementa: Espaço para se discutir questões específicas da rede privada de ensino superior, no sentido de analisar suas deficiências e contradições no contexto atual, em particular a atuação e a ausência de acúmulo do movimento estudantil dentro desse espaço. Como se dá o processo de surgimento e consolidação dos cursos de ciências sociais nas universidades privadas no Brasil. Qual é o perfil desse estudante, de onde vem e quais os desafios do seu cotidiano. Potencialidades, dificuldades e singularidades do movimento estudantil nas universidades privadas.

Mesa-Redonda 7: Juventude e criminalização

Ementa: Mesa que discuta a juventude na sociedade atual, sua constituição e cotidiano. As dificuldades de ser jovem hoje: no acesso ao mercado de trabalho, às estruturas de poder da sociedade de forma geral, em especial da Universidade, e na constituição da família. As tribos jovens e sua importância na constituição da identidade juvenil. A criminalização da juventude da periferia especialmente no que diz respeito a discussão sobre as drogas ilícitas, sendo os jovens os maiores afetados pelo tráfico de drogas, seja enquanto vítimas, enquanto autores de crimes ou enquanto usuários. O que a juventude latino-americana tem em comum?

Mesa-Redonda 8: Políticas educacionais

Ementa: Mesa para pensar o processo de precarização e de simultânea ampliação do ensino superior. Refletir sobre o papel que a Universidade cumpre hoje na manutenção da sociedade em que vivemos, e lançar bases sobre o caráter que uma Universidade Popular deve apresentar. Refletir sobre as políticas educacionais na América Latina historicamente.

Mesa-Redonda 9: Atuação do cientista social

Ementa: Possibilidades de atuação do profissional formado em ciências sociais no mercado de trabalho brasileiro.

VII – Curso de Coordenadores

A Comissão Organizadora realizará, entre os dias 12 e 15 de julho, um curso de coordenadores. Para tanto, cada escola deverá enviar um (ou mais) representantes que terão o papel de colaborar com a C.O durante todo o ENECS. O curso contará com discussões sobre:

  • Movimento Estudantil e Movimento Estudantil de Ciências Sociais;
  • Formas e técnicas de organização;
  • Conhecimento sobre sociedade;
  • M.E e o papel da juventude;

É importante que todas as escolas enviem representantes, pois, além de colaborar na organização do ENECS em geral, os coordenadores serão figuras de referência para as escolas dentro do espaço. MAIORES ESCLARECIMENTOS NO E-MAIL

VIII Calendário MECS 2011

ERECS NE – 20 a 15 de abril

ERECS SE – 21 a 24 de abril

ERECS SUL – ?

Pré-ENECSs – de maio a junho

Curso de Coordenadores ENECS – 12 a 15 de julho

ENECS – 16 a 23 de julho

1 Trecho da carta “Faz escuro, mas eu canto…” escrita pela Coordenação Regional de Estudantes de Ciências Sociais do Nordeste(CRECS-NE) em novembro de 2009

Um comentário em “Caderno de Apresentação ao XXVI ENECS-MG Nós na América Latina – Resistências e Movimentos

  1. Gostei muito a iniciativa, e pretendo ir esse ano a ENECS, faço Ciências Sociais na PUC-SP, e não fazia ideia que existia esse tipo de evento na nossa area, gostei muito de saber, e vou comunicar meus colegas de sala.

    Abraços.

    Dariane Ferreira

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